Se lugar de repórter é na rua, para Thaís Furlan, da Record TV, estar fora dos estúdios foi crucial nas buscas por Paulo Cupertino Matias. Três anos após executar a tiros o ator Rafael Henrique Miguel, de 22 anos, e os pais do garoto, João Alcísio Miguel, de 52 anos, e Mirian Selma Miguel, de 50, o criminoso foi capturado na última segunda-feira (16) pela Polícia Civil de São Paulo, em um hotel próximo ao local do crime.
Cupertino teria passado por diversas cidades, estados e até deixado o Brasil durante o tempo em que ficou escondido. Antes de chegar a outro país, o criminoso fez um RG falso na cidade de Jataizinho, no Paraná, com o nome de Manoel Machado da Silva.
Thaís detalha o processo de descoberta: "Eu tinha uma informação de que ele havia tirado um documento falso e que, com isso, conseguia circular pelo país sem levantar suspeitas. Eu não sabia o nome que ele usava, nem a cidade, até que uma fonte da polícia me passou uma cópia desse documento. Fui até a cidade, comprovei que ele tirou esse registro e revelamos o nome que ele utilizava."
O criminoso chegou a passar um tempo em Eldorado, no Mato Grosso do Sul. Dali, fugiu para o Paraguai para trabalhar em uma fazenda de soja. Imagens mostraram Paulo no local, mas ele conseguiu escapar assim que foi avisado que a polícia estava a caminho: "Ele fugiu quatro horas antes dos policiais chegarem", observa.
Cupertino contou, inclusive, com a ajuda de Alfonso Helfenstein, proprietário do sítio onde ficou escondido. "Uma fonte me ligou dizendo que ele cuidava de gado para um fazendeiro. Levantei o nome do homem e descobri que ele era um piloto, foragido por tráfico de drogas", revela Thaís.
A repórter da Record TV relembra a última fuga do assassino antes da prisão: "Eu comecei uma investigação para ver a rede de conexão desse piloto, cheguei na fazenda em Liberación, onde ele foi descoberto por uma das pessoas que trabalhavam na região".
Desde a atualização, que foi um degrau no desenrolar do caso, o paradeiro de Paulo Cupertino continuou desconhecido. A jornalista conta que chegou a receber cerca de 20 denúncias, mas nenhuma levou a lugar algum, até a tarde da prisão, na última segunda-feira (16).
A repórter desabafa sobre o sentimento após a prisão do criminoso: "Só pensei na Isabela, ex-namorada de Rafael, porque tive uma relação muito próxima com ela durante a cobertura. Pensei também no alívio que a família do Rafael sentiu, acho que é o sentimento que tem que nos mover em um caso como esse", finaliza.
Relembre a caçada da repórter Thaís Furlan pelo paradeiro de Paulo Cupertino:
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