Com todo seu talento, Floriano Peixoto interpreta brilhantemente o deputado federal Geraldo em Plano Alto, um líder sindical envolvido em contradições no meio profissional e traições na vida pessoal. Em entrevista ao R7, o ator conta as principais características do personagem na trama.
─ A origem dele é de lutas sindicais, em defesa de médicos e enfermeiros. Assim, foi eleito e se tornou político. Geraldo vive certa contradição, pois ao mesmo tempo em que tenta segurar uma greve do sindicato, sendo o representante da categoria no Congresso Nacional, é acusado de estar favorecendo o outro lado, desde que se tornou deputado. Dizem que ele largou as causas de sua origem.
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E a vida pessoal de Geraldo também não é nada estável e organizada. Floriano Peixoto revela que, como homem, o personagem não é flor que se cheire.
─ Casado e com filhos, Geraldo trai a mulher com a presidente do sindicato. A esposa desconfia, mas ele não para por aí. Outro caso de infidelidade envolve a filha do governador do Rio, Guido Flores (Gracindo Junior). A mulher chega a pegá-lo em flagrante, faz escutas e coisa boa não vem por aí. Esse é o lado obscuro de Geraldo.
Para o ator, a minissérie mostra não só os políticos em ação, mas também os seres humanos que são fora do trabalho.
─ Nós conhecemos os governantes no jogo social, fazendo politica. Porém, a vida pessoal, que a trama aborda, mostra que todos têm família e fraquezas. Plano Alto humaniza o político e faz este paralelo interessante entre figura pública e vida privada.
O artista conta que, ao gravar em um cenário que reproduz perfeitamente o Congresso de Brasília, graças à equipe competente da Record, a sensação é de poder.
─ Sempre acompanhei política, mas me interesso como cidadão e nunca pensei em fazer parte dela. Apesar disso, estar nesta cópia fiel do Congresso é de arrepiar. Você fica acima dos outros, todas as atenções se voltam para você e, de fato, o poder é sedutor.
Segundo Floriano, não houve preparação especial para interpretar o personagem. Ele diz, ainda, o que pensa sobre a política atual.
─ Não precisei de laboratório, mas tenho um amigo de infância que virou deputado. O que me impressiona é que, com apenas 10 anos de idade, ele já dizia que seria político. Normalmente, crianças querem jogar futebol, nunca vi algo parecido. O Brasil vive um momento complicado e, ao assistir ao horário eleitoral, fica claro que nada mudou e o despreparo dos candidatos é total.