O Câmera Record deste domingo (11) traz as histórias de quem decidiu investigar por conta própria crimes envolvendo os filhos.
"Eu olhei para o delegado e falei: 'Doutor, eu vou achar o corpo do meu filho'", relembra Pedro Sebastião da Silva, pai de Bruno. A promessa revelava a falta de esperança de um pai sem notícias do filho há vários dias. E se cumpriu.
Uma testemunha havia feito um relato contundente: Bruno teria sido baleado e sequestrado. Com informações de outras testemunhas, Pedro seguiu diversas pistas. Uma equipe da Record TV acompanhou uma das buscas que ele fez por conta própria. E registrou o momento devastador em que o pai achou o corpo de Bruno.
O filho de Maria das Graças Nacort saiu para comprar cigarros e nunca mais voltou. Foi encontrado morto perto de casa. Para investigar a morte de Pedro, a mãe chegou a se infiltrar entre moradores de rua. "Se você quer descobrir alguma coisa, segue um morador de rua. Eles sabem de tudo", afirma. "Ah, se as pessoas soubessem o que é tirar a vida de um filho. Eles não mataram só o Pedro Nacort Filho, eles me mataram", afirma, emocionada. No Câmera Record, ela relembra como conseguiu ajudar a encontrar respostas para o caso.
De acordo com a pesquisadora Dayse Assunção Miranda, uma única morte brutal pode mesmo fazer muitas vítimas. "Tecnicamente, 'vítimas ocultas' é um termo cunhado para designar pessoas, parentes, amigos que tenham perdido alguém por morte violenta. Indiretamente, esses estudos mostram que essas pessoas têm a sua saúde mental afetada, a sua saúde física afetada e, principalmente, a sua vida cotidiana afetada", explica. No podcast do Câmera Record, a pesquisadora detalha os estudos sobre as chamadas "vítimas ocultas".
Até onde os pais que saem em busca de justiça podem ir em uma investigação sem comprometer o caso? "Os pais nos ajudam muito, porque, embora eles tenham a emoção, a aflição e a perda, eles ligam para a gente sempre com alguma informação", afirma Ivalda Aleixo, delegada do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (DOPE) da Polícia Civil de São Paulo. Tudo sempre com cuidado. O promotor de Justiça Paulo Panaro Filho tem um tom cauteloso ao falar das investigações por conta própria. "Eu não recomendo que nenhum cidadão o faça. Exija do Estado, exija que o Estado faça", diz.
O Câmera Record vai ao ar neste domingo (11), depois de A Fazenda, na tela da Record TV.