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O Cidade Alerta traz detalhes do caso do médico-cirurgião Paulo Augusto Berchielli, proctologista especialista na parte final do intestino grosso, cólon e reto, acusado de abusar sexualmente pacientes durante cirurgia. O suspeito era renomado, com a agenda de atendimentos lotada, em sua clínica na região do Tatuapé, na zona leste da capital paulista. Entenda o caso a seguir
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Três pessoas o denunciaram, mas a estimativa é que haja dezenas de vítimas. Duas dessas mulheres contaram com detalhes o sofrimento que o suspeito causou na vida delas
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O primeiro caso teria acontecido há quase dez anos, porém a paciente não tinha provas. Além disso, o médico alegou que o abusado teria sido ele, e acabou respondendo em liberdade. O caso mais recente foi de uma mulher que contou ter acordado da anestesia durante a cirurgia. O exame de corpo de delito foi colhido e o estupro comprovado
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Uma das vítimas decidiu quebrar o silêncio e conversou com a equipe da Record TV. Ela relembrou a violência sexual que viveu. "A sensação era de pedir a morte. Eu queria morrer. Não queria estar vivendo o que eu estou vivendo. Um pesadelo", desabafou
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Segundo a mulher, para iniciar a cirurgia, o doutor a medicou para dormir. Ela só se lembra de ouvir alguns barulhos. Ao acordar, percebeu que estava sangrando e com dor em toda a região pélvica, o que não fazia sentido em relação ao local que foi operado. Além dos toques claramente inadequados, o médico não usou luva durante o procedimento e o local da cirurgia infeccionou. "Estou viva por um milagre. Porque ele quase me matou, quase tirou a minha vida", desabafou.
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Dias depois, outra vítima decidiu contar sua história. A mulher relatou que, após a operação, estava sozinha no consultório com o cirurgião, supostamente para assinar a alta médica. Porém, ele entrou com mais uma medicação e pediu para a paciente tirar a roupa
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Nua, ele a debruçou em cima da maca. A vítima relatou que o viu sem vestimentas abaixo da cintura, pegando papel toalha para se limpar. Ela teria ficado naquela posição por cerca de uma hora e não conseguia se mexer
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De acordo com o acompanhante, ela estava muito dopada e observou o comportamento estranho do cirurgião. "Ele estava acariciando o braço dela", contou. A cirurgia aconteceu em uma sexta-feira, porém ela só acordou no domingo. O caso aconteceu há dois anos
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Além dos danos emocionais, a vítima precisou lidar com os ferimentos físicos causados pelo abuso sexual. O cirurgião gerou um pós-operatório cheio de complicações, dores e danos irreversíveis. "Após essa cirurgia, eu perdi o meu emprego, porque eu perdi o controle do esfíncter. Hoje eu tenho que usar fralda. Toda a minha dignidade foi por água abaixo. Ele é um monstro", desabafou aos prantos.
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O familiar da mulher abusada chegou a ir à clínica de proctologia confrontar o cirurgião. O suspeito teria tentado suborná-lo e disse que alegaria que o sexo foi consentido
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O pedido de prisão foi expedido há menos de um mês. No inquérito, os resultados dos laudos periciais no vestido que a vítima usava concluem não haver materialidade do estupro. A defesa do médico enviou uma nota alegando inocência, ao se basear nesses exames. O suspeito pediu um habeas corpus, mas foi negado pelo Ministério Público, porque o DNA dele foi encontrado na peça íntima da vítima
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Segundo relatos, Paulo é casado e tem filhos. A residência dele é um apartamento em um condomínio de alto padrão, na área nobre da zona sul de São Paulo. Além disso, seria de uma família muito poderosa, com alto poder aquisitivo, com recursos inclusive para se esconder e até fugir para outros países
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A equipe da TV Record tentou entrar em contato com o suspeito e com o advogado de defesa, foi até a clínica e a residência do suspeito, mas não obtiveram respostas
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Na denúncia, foi relatado a frieza e a crueldade com que o crime foi praticado, apontando uma personalidade desvirtuada e alta periculosidade para o convívio social. O acusado continua foragido e é procurado pela polícia por estupro de vulnerável.
O Cidade Alerta vai ao ar de segunda a sexta, às 16h50, e aos sábados, 17h, na tela da Record TV.