A equipe da Record TV percorreu uma longa estrada de terra para chegar até uma reserva que preserva rinocerontes ameaçados na África do Sul. Por segurança, a localização exata não pode ser revelada.
Ao cruzar o portão, a sensação que se tem é de entrar em uma fortaleza: patrulhamento aéreo, homens armados, monitoramento 24 horas. Uma megaoperação em uma área do tamanho de 8 mil campos de futebol.
A reserva privada é mantida por um único homem, o empresário John Hume, de 81 anos, cem funcionários e um forte esquema de segurança. O espaço abriga mais de 2 mil rinocerontes brancos, alguns ainda filhotes e com algo em comum: todos estão com o futuro ameaçado.
Dos 20 mil rinocerontes que existem no mundo, 10% vivem na reserva. Desde 2009, o projeto criado pelo empresário protege a espécie de caçadores que matam os animais para retirar os chifres.
Em países como a China e o Vietnã, esses chifres têm poder curativo para doenças. E para afastar os predadores da fazenda, os veterinários fazem a cada dois anos a remoção responsável dos chifres.
A chefe da equipe, Michelle Otto, explica que o procedimento é feito com anestesia e a recuperação é rápida.
Os rinocerontes que vivem na reserva são acompanhados desde o nascimento. Ao nascer, ficam em cercados e depois que vão crescendo mudam de local até permanecerem soltos pela fazenda.
Os filhotes de apenas um mês chegam a pesar entre 45 e 60 quilos. Quando perdem a mãe, são cuidados pela equipe da reserva. Eles são alimentados com leite feito de uma mistura de pó com água morna. No preparo curioso, uma espécie de "mixer" barulhento mais parece uma serra.
Esses bebês mamam de duas em duas horas e chegam a consumir 20 litros de leite por dia. O cérebro dos filhotes leva em torno de 25 minutos para entender a saciedade, por isso quando acabam de se alimentar, ainda pensam que estão com fome.
A partir dos três anos de idade, os rinocerontes são soltos na propriedade. Na reserva, duas rondas diárias fazem a contagem e avaliam a saúde dos animais, selecionando quem precisa de atendimento.
No dia em que a equipe da Record TV acompanhou a rotina na fazenda, um deles estava com suspeita de pneumonia. No atendimento, o rinoceronte que pesava entre três e quatro toneladas teve a boca imobilizada, não estava completamente dormindo, mas bem calmo.
A veterinária esclareceu que estava tudo bem e depois de um check-up, o diagnóstico de pneumonia foi descartado.
As despesas para manter o projeto de preservação de rinocerontes passam de R$ 2 milhões por mês. Só com segurança, os gastos mensais chegam a R$ 830 mil.
Em 2022, 448 rinocerontes morreram na África do Sul, ao mesmo tempo, dentro da reserva nasceram 138 filhotes.
Mas, sem a ajuda de ONGs ou do governo para cuidar dos animais, o dono da fazenda tenta conseguir na Justiça o direito de vender os chifres extraídos de maneira responsável para outros países e assim cobrir os custos da reserva. Porém, o comércio internacional é proibido pela Organização das Nações Unidas.
Atualmente, com problemas de saúde, John decidiu leiloar parte das terras e do rebanho. Ele ganhou o apoio do filho, Richard Hume, que acredita que o pai precisa descansar depois de tanta dedicação.
O leilão será realizado pela internet, entre os dias 26 de abril e 1º de maio. O lote principal terá 1.500 rinocerontes e valor inicial de R$ 50 milhões. Caso não sejam vendidos, os animais da reserva ficarão sem destino e de volta à vida selvagem estarão expostos à caça ilegal, e ainda mais perto da extinção. Então, no leilão, o que está em jogo é a preservação da espécie.
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