Celso Frateschi impressiona como Jacó
Michel Angelo/Record TVO R7 conversou com Celso Frateschi que recebeu a missão de viver o personagem que é o cerne da trama de José do Egito.
Pai de José, Jacó é sábio, líder, trabalhador, mas tão ser humano quanto qualquer outro. Com virtudes e defeitos, Jacó é pai de mais de 11 filhos e é casado com Raquel (Mylla Christie), sua mulher preferida, e Lia (Denise Del Vecchio).
Honrado por estar no elenco do projeto, Celso contou que José do Egito fez diferença nos bastidores e fará diferença na telinha por conta da união da equipe. “Isso é muito raro na televisão, no cinema, em qualquer atividade humana. E aqui a gente teve uma unidade muito grande”, disse.
Abaixo, você acompanha a entrevista na íntegra com o veterano. E não se esqueça: José do Egito estreia neste sábado (17), a partir das 20h30, na Record TV.
R7 – Celso, você ainda sente frio na barriga antes de uma estreia como esta de José do Egito?
Celso Frateschi — Sim [risos]. Mais do que nunca o frio na barriga existe. Nós estamos com uma expectativa muito grande porque foi muita energia boa, e tivemos muito trabalho. Fiquei muito ansioso para ver como ficou e fiquei torcendo para que o público goste também do que a gente fez.
R7 – Você gostou do que fez até agora? O projeto era tudo o que você imaginava?
Celso Frateschi — É muito mais. Eu não esperava que teria um personagem com essa dimensão, com o carinho que ele foi tratado por toda equipe, pelo Vavá Torres [caracterização], pela Carol Li [figurinista], tudo foi feito com muito carinho. E deu base para nós, os atores, fazermos o resultado ser muito bom. Eu nunca fiz um trabalho de equipe “tão equipe”. Isso é muito raro na televisão, no cinema, em qualquer atividade humana. E aqui a gente teve uma unidade muito grande.
R7 – Como foi para você participar de uma história bíblica?
Celso Frateschi — A gente está tratando de uma história bíblica, portanto mítica, em que os personagens permanecem muito vibrantes para todos nós porque são arquétipos comportamentais. De alguma forma aparecem neles todas as angústias que temos ainda hoje no século XXI. E isso porque a história se passa em 1.600 anos antes de Cristo. Esses personagens trazem, portanto, essa carga humana muito forte.
R7 – E o que pode nos contar sobre o Jacó?
Celso Frateschi — O Jacó é um emblema disso que falei. Ele não é um anjo. Pelo contrário. Ele é um ser humano com muita contradição, paixão, com vícios, virtudes. Isso que é bonito, do jeito que ele foi construído por todos nós. Eu me orgulho disso. Ele tem momentos de ira, de extrema paixão e carinho, de doçura e ódio. Ele passa por todas as sensações humanas de uma maneira muito intensa. Ele passa pela inveja, pela soberba e vai depurando, vai melhorando como ser humano. É um pouco o que a gente quer, né? Isso que gera a felicidade. Ele é um desses personagens emblema, talvez o mais emblema da história.
R7 – Você teve alguma grande dificuldade?
Celso Frateschi — Não posso mentir. Não foi fácil, não [risos]. É difícil desde a parte técnica, por conta das 2h30, 3h de maquiagem. Ali é o momento que você tem que usar para concentração e para rememorar as situações que você vai viver no estúdio. O texto não é do tipo que você tira de letra. Você precisa estudar para perceber todas as nuances que o personagem tem. Jacó é um personagem complexo do ponto de vista psicológico e difícil do ponto de vista técnico porque ele passa por muitas fases. Ele sai de 50 anos para mais de 100. Esse amadurecimento não é simples de construir, mas é muito prazeroso.
R7 – E as gravações no Chile? Como foi esta experiência para você?
Celso Frateschi — Para você ter uma ideia, tinha um relógio na cidade com o tempo indicado para a exposição ao sol. Estava marcando 11 minutos [risos]. É só para ter ideia do que é esse local. É muito seco, árido. Ou você se carregava de filtro solar ou você dançava. Você tinha de fazer cena e ir para sombra, porque a gente trabalhava muitas horas por dia, e em uma altitude muito difícil.
R7 – Exatamente. Segundo o Avancini [diretor], a altitude foi um grande desafio, não é?
Celso Frateschi – Sim. A gente chegou a gravar com quase 5 mil metros de altitude. Se você faz qualquer movimento mais brusco, você não tem oxigênio. Várias pessoas tiveram problema. Eu, felizmente, não tive, mas grande parte da equipe precisou de balão de oxigênio. É lindo, mas tão inóspito quanto belo.