'Amor na Cracolândia' concorre na categoria Documentário de TV
Reprodução/Record TVO jornalismo do Grupo Record foi escolhido, pela terceira vez consecutiva, como um dos finalistas do reconhecido prêmio internacional One World Media Awards. Neste ano, pela primeira vez a empresa tem dois indicados, Amor na Cracolândia, da Record TV, e Haiti É no Cambuci, produzido pelo PlayPlus.
A emissora é a única representante da América Latina nessas duas categorias, que ainda têm concorrentes da França, Estados Unidos, Inglaterra, Índia e Catar. No total, são dez finalistas em cada categoria, de emissoras como BBC, Al Jazeera e France 24.
A reportagem O Amor na Cracolândia – Parte 1 (Love in São Paulo’s Crackland) foi exibida no Repórter Record Investigação em janeiro e concorre na categoria Documentário de TV. O programa acompanhou famílias que procuram por parentes na região central de São Paulo, local em que, até aquele momento, o tráfico exercia grande influência e ficou conhecido por ser o maior em consumo de crack no Brasil.
O outro indicado, O Haiti É no Cambuci (The Haiti Is in Cambuci), é uma produção exclusiva do PlayPlus, indicada na categoria Curtas. O documentário trouxe histórias de haitianos que vivem no bairro paulistano e mostrou como essa parte da cidade se transformou em um pedaço do país caribenho, levando diferentes costumes à região, como a língua creole, que é a mais falada no local; mulheres que usam peruca; e o peixe com banana-da-terra.
Este é o terceiro ano consecutivo que a Record TV é indicada ao One World Media Awards. Em 2020, o representante da emissora foi a reportagem A Besta, do Câmera Record, sobre a viagem de trem dos imigrantes ilegais do México aos Estados Unidos. E, no ano passado, o Repórter Record Investigação concorreu com Agricultoras Violentadas, que contava histórias de mulheres do campo vítimas de violência física e psicológica. Essa produção foi a grande vencedora na categoria Documentário de TV.
O prêmio é concedido pela One World Media, uma organização não governamental sediada em Londres, que tem parcerias com empresas de comunicação como BBC, Al Jazeera e Google. Os vencedores serão anunciados em 16 de junho.
Sobre Amor na Cracolândia
Durante dois meses, o Repórter Record Investigação esteve com pessoas que procuram por parentes em uma área dominada pelo crime organizado e de maior consumo de crack do país, localizada no centro da capital paulista. Foram apresentadas histórias dramáticas, mas acima de tudo de amor e resiliência.
'Repórter Record Investigação' mostrou famílias que procuram por parentes na Cracolândia
Reprodução/Record TVComo Marilena, que enfrenta quase que diariamente três horas de viagem até a região para tentar encontrar o marido, usuário de crack. Mesmo doente, com dificuldade para andar, ela não se importa. O mais importante para ela é estar perto, de novo, do amor de sua vida.
Há também o caso de uma mulher, cuja identidade foi preservada, que há oito anos, todas as manhãs, visita a filha no local. Leva comida e remédios antirretrovirais para a jovem — portadora do HIV —, que devem ser tomados diariamente.
O paraguaio Juan, movido pela angústia de não ter notícias do filho, veio ao Brasil só com o dinheiro da passagem para iniciar a procura pelo jovem. Ele leva, toda segunda-feira, roupa, comida e, sobretudo, afeto ao filho de 33 anos, morador da Cracolândia.
Sobre O Haiti É no Cambuci
O Haiti É no Cambuci é uma produção exclusiva e original do PlayPlus. O documentário é um retrato da comunidade de haitianos que se formou em São Paulo no bairro da região central da cidade.
Documentário do PlayPlus mostrou o dia a dia de haitianos no bairro do Cambuci (SP)
Reprodução/PlayPlus
De 2013 a 2016, cerca de 30 mil haitianos chegaram ao Cambuci e ali se instalaram, abriram negócios e transformaram essa parte da cidade em um pedaço do país caribenho.
O documentário é um convite para conhecer a realidade dos imigrantes que vivem num lugar onde a língua creole se tornou comum, as mulheres usam peruca e o prato mais apreciado é o peixe com banana-da-terra.
Durante as filmagens, a equipe enfrentou dificuldades para encontrar pessoas dispostas a contar suas histórias diante das câmeras. A comunidade haitiana é extremamente fechada e ainda evita o contato com quem é de fora. Foram necessárias semanas pelo bairro para conseguir ganhar a confiança e se aproximar das pessoas.
A situação ficou ainda mais delicada após o assassinato do presidente Jovenel Moïse, em Porto Príncipe, capital do Haiti, durante as gravações.
O esforço rendeu conversas com haitianos que abriram sua casa e contaram suas histórias. Pessoas que mudaram de país e de vida não por escolha, mas por necessidade.
O documentário vem acompanhado de um R7 Estúdio, um especial multimídia que reúne podcast, galeria de fotos do bairro e mapas explicativos.