Adriana Araújo e as equipes do programa acompanham um dos maiores trens de carga do mundo
Divulgação/Record TVNa estreia da nova temporada, a jornalista Adriana Araújo e as equipes do Repórter Record Investigação seguem os trilhos de um dos maiores trens de carga do mundo para mostrar o drama de quem vive às margens da ferrovia. E também descobrem esquemas de corrupção que desviaram mais de 115 milhões de reais dos cofres públicos
A partir da análise de mais de duas mil páginas de documentos junto com autoridades e especialistas nos últimos quatro meses, Adriana Araújo e os jornalistas Gustavo Costa, Laura Ferla e Mariana Ferrari pegaram a estrada com a missão de mostrar como o vai e vem dos trens que carregam minério de ferro afeta milhares de famílias ao longo da Estrada de Ferro Carajás.
Durante 24 dias, rodaram mais de 4 mil quilômetros por rodovias precárias e vias de terra.
Na rota da locomotiva, que corta os estados do Pará e Maranhão, nossas equipes também investigaram organizações criminosas responsáveis pelo desvio de mais de R$ 115 milhões.
Todo esse dinheiro deveria ter sido investido principalmente na saúde e educação dos mais pobres, prejudicados diretamente pela passagem dos trens. Só que acabou no bolso de funcionários públicos, ex-prefeitos e empresários, de acordo com o Ministério Público.
O Trem
O vai e vem constante dos vagões dita o ritmo da vida em parte da região Norte e Nordeste do País. Nossa viagem seguiu os trilhos da estrada de ferro, desde a Serra dos Carajás, no Pará, onde fica a maior mina de minério de ferro a céu aberto do planeta, até São Luís, no Maranhão.
Do porto da capital, a riqueza levada pelos vagões segue para exportação. São quase 1000 km de trilhos que atravessam 28 cidades e uma centena de povoados e pequenas comunidades. Um único trem puxa 34 toneladas de minério de ferro.
Não há dúvida da importância da ferrovia Carajás para economia do Brasil e para geração de empregos. Mas quem vive perto dos trilhos sabe que essa não é uma história apenas de progresso. Por onde o trem passa, deixa uma realidade de sofrimento, miséria e corrupção.
Reportagem mostra o drama de quem vive às margens da Estrada de Ferro Carajás
Divulgação/Record TVA vida à beira dos trilhos é sempre arriscada. Mãe e filho quase morreram debaixo da locomotiva em movimento.
O trem estava parado na linha, impedindo a travessia dos pedestres. Foi quando muita gente começou a atravessar por baixo dos vagões. Mas no momento em que Adriana com seu bebê no colo tentou fazer o mesmo, o trem se moveu rapidamente.
"Ficamos presos debaixo do trem. Pensei que fôssemos morrer. Trezentos vagões passaram por cima de mim, toneladas de ferro. Eu perdi dois dedos e uma parte da mão. Derik teve que amputar o braço", relembra Ediana, emocionada.
Mas muitos atropelamentos terminam em luto. Simone perdeu a filha de 16 anos atropelada pelo trem. O acidente aconteceu há cinco meses. Cleane comemorava o Dia dos Pais com a família. Na volta pra casa, encontrou os vagões parados e tentou atravessar por baixo deles. "Só me lembro de ter ouvido o grito dela", conta a mãe.
Nossas equipes também vão mostrar que, ao levar o minério de ferro para siderúrgicas, os vagões deixam uma nuvem de poeira que compromete a saúde das pessoas, além de contaminar os rios da região — um dos poucos lugares que as crianças têm para brincar.
A Corrupção
O Repórter Record Investigação teve acesso a contratos, documentos e vídeos exclusivos que revelam esquemas milionários de desvio de recursos envolvendo vários municípios cortados pela ferrovia.
Repórter Record Investigação também mostra detalhes do esquema de corrupção que desviou mais de R$ 115 milhões
Divulgação/Record TVJuntando todos os processos levantados pelas nossas equipes, descobrimos que mais de R$ 115 milhões desapareceram dos cofres públicos de várias cidades do interior do Maranhão.
Dinheiro que deveria ter sido investido na educação e saúde dos mais pobres. Mas, segundo autoridades, foi parar nas mãos de ex-prefeitos, empresários e servidores públicos.
Com o objetivo de mostrar a falta de posto de saúde e atendimento médico em uma comunidade carente de Itapecuru Mirim, no interior do Maranhão, por causa do dinheiro que sumiu, nossas equipes começaram a gravar com as irmãs Maria do Carmo e Maria das Graças. Só que Maria do Carmo desmaiou em frente às câmeras.
A partir daí, tiveram que correr contra o tempo em busca de socorro, atrás de uma Unidade Básica de Saúde, para salvar a vida de Maria do Carmo. Mas o que encontraram foi o reflexo da corrupção instalada na cidade: postos de saúde abandonados, falta de médico e descaso. O desfecho desta história você vai ver no programa. Você não pode perder!
No esquema de corrupção que desviou R$ 32 milhões da prefeitura de Itapecuru Mirim tem de tudo: empresas fantasmas, nepotismo e licitações de fachada.
Esse dinheiro deveria ter sido aplicado na construção de salas de aula, poços artesianos, pavimentação de ruas e investimento em projetos de saneamento básico.
De acordo com autoridades, o ex-prefeito Magno Amorim era o chefe da quadrilha. O esquema contava com várias pessoas dentro e fora da prefeitura: seis secretários municipais, entre eles, a esposa e a irmã de Magno, sete funcionários públicos, um deles procurador da cidade e cunhado do ex-prefeito, além de 14 empresários, um contador e engenheiro.
As irregularidades começavam antes mesmo das licitações. As empresas que participavam eram fantasmas, abertas com documentos falsos.
Nossos repórteres registraram imagens dos acusados em desvios de recursos e conversaram com eles. Você vai se surpreender com o resultado da investigação.
Você não pode perder a nova temporada do Repórter Record Investigação, com Adriana Araújo. É nesta quinta-feira, às 22h30, logo depois da novela Jesus.