O Domingo Espetacular mostrou detalhes da investigação contra o empresário Thiago Brennand, que foi preso nos Emirados Árabes, país do Oriente Médio, e acabou solto horas depois. A Justiça brasileira decretou prisão preventiva pela segunda vez, o que deve acontecer só depois que ele for extraditado para o Brasil.
O nome do acusado se tornou alvo da mídia após ele agredir a modelo Helena Gomes em uma academia de luxo em São Paulo. Câmeras de segurança do local registraram quando Thiago cospe, empurra e puxa o cabelo da vítima.
Helena conta que estava fazendo exercícios quando o empresário pediu que ela saísse do equipamento, pois queria usá-lo. Ao ter uma resposta negativa por parte da modelo, Thiago iniciou uma discussão que acabou em agressão.
Segundo a vítima, toda a confusão aconteceu após o acusado fazer diversas investidas amorosas que não deram certo.
Thiago foi denunciado por corrupção de menores por ter influenciado o filho de 17 anos, que também estava na academia, a ofender a modelo.
Após a exposição do caso, o empresário viajou para os Emirados Árabes no início de setembro. Somente no dia 27 de setembro, a Justiçadeterminou a prisão dele e o nome de Thiago entrou para a lista de procurados da Interpol.
Antes de ser preso, no dia 13 de outubro, o acusado gravou um vídeo com novas ofensa a modelo, no qual afirma que nunca se interessaria por ela, nem se estivesse bêbado. Ele também afirmou que não estava fugindo e que está sendo vítima de perseguição.
A prisão de Thiago durou poucas horas, pois, ele passou por uma audiência, pagou fiança e vai responder ao processo de extradição em liberdade. O empresário informou à polícia o endereço que está hospedado e não pode sair do país sem orientação da Justiça.
O Brasil possui um acordo de extradição com os Emirados Árabes, mas o processo costuma levar meses. O pedido é feito pelo Ministério das Relações Exteriores após solicitação do Ministério da Justiça. Enquanto não sai o resultado, Thiago aguarda em liberdade, sem monitoramento eletrônico, mas com acesso restrito a voos internacionais.
Acusações contra o empresário
Após o caso de violência contra a modelo se tornar público, outras 15 pessoas o denunciaram ao Ministério Público de São Paulo por crimes como estupro, agressão, ameaças e injúrias.
Na sexta (14), os promotores apresentaram à Justiça uma nova denúncia com outro tipo de prisão preventiva para ele. O caso envolve uma mulher que diz ter sido estuprada cinco vezes e obrigada a tatuar na pele as iniciais do nome do empresário.
Além de estupro, a promotoria acusa Thiago de cárcere privado, tortura, lesão corporal gravíssima, coação, constrangimento, ameaças, registro e divulgação de cenas de estupro e sexo. O tatuador também foi denunciado por tortura e lesão corporal.
Outra vítima é o cavaleiro olímpico Doda Miranda. Ele foi alvo de ameaças em áudios e vídeos de Thiago. O advogado do medalhista pediu medida protetiva e proíbe o acusado de se aproximar dele.
O primo de Thiago, Jason Vieira, faz tratamento contra o câncer e diz ter sido alvo de ameaças. Ele teria recebido do empresário um caixão com uma coroa de flores. "Foi um transtorno geral (...) Ele é um mentiroso compulsivo", afirma a vítima.
A ex-promotora de Justiça Gabriela Manssur é idealizadora do projeto Justiceiras, que acolhe mulheres vítimas de violência, e também foi alvo de ofensas do empresário. "As acusações que ele faz é a demonstração que se acha uma pessoa acima da lei", relata a advogada, que também promete colocá-lo na Justiça.
Acompanhe os detalhes da investigação:
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