Israel declarou guerra contra o Hamas no último dia 7 de outubro
Amir Cohen/Reuters - 12.05.2021A madrugada do dia 7 de outubro deixou o mundo em alerta: terroristas do grupo Hamas invadiram Israel e deram início a uma guerra sem precedentes. O conflito, que já completa 14 dias sem qualquer previsão de cessar-fogo, representa uma disputa histórica na região.
A resposta israelense foi dura. No mesmo dia do ataque, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, anunciou que seu país está "embarcando em uma guerra longa e difícil" e reforçou que o Exército usaria "todo o seu poder" para destruir o Hamas.
Karina Calandrin é assessora do Instituto Brasil - Israel e doutora em Relações Internacionais
Arquivo pessoalO Jornal da Record conversou com exclusividade com a assessora do Instituto Brasil - Israel e doutora em Relações Internacionais, Karina Calandrin, para entender melhor o conflito. Ela explica como se deu o ataque e o que o mundo pode esperar de Israel.
Acompanhe a seguir as respostas da especialista:
Por que o Hamas atacou Israel na madrugada do dia 7 de outubro?
O Hamas tem o objetivo de destruir o Estado de Israel. Ele não está aberto a uma negociação e [não aceita] uma divisão de dois estados para dois povos. Eles veem a única possibilidade da construção do Estado Palestino através da destruição do Estado de Israel.
Como começou o ataque?
Teve início na madrugada de sábado [dia 7 de outubro] em Israel, em que o Hamas começou a disparar foguetes a partir da Faixa de Gaza. Houve também um ataque terrestre e marítimo. No terrestre, eles conseguiram invadir cidades, vilas e kibutz [comunidades israelenses agrícolas], perto da Faixa de Gaza, sequestrando pessoas e matando civis.
O que é o Hamas?
O Hamas surgiu na Faixa de Gaza e, diferente de outros grupos, é fundamentalista islâmico. Ele tem a religião e a interpretação da religião definida e se utiliza dessa interpretação como forma de operar o seu governo dentro da Faixa de Gaza.
Como está sendo a reação do governo israelense?
O governo israelense tem contra-atacado para conseguir recuperar os espaços que o Hamas tinha dominado do ponto de vista terrestre. Agora, tenta resgatar os civis, fazendo ataques, mas também é esperado uma operação terrestre de Israel em Gaza.
Existe chance de acordo entre as partes?
Dificilmente. Primeiro, Israel não negocia com o Hamas, uma vez que é reconhecido por Israel como um grupo terrorista. Segundo, o Hamas não está aberto a negociação com Israel, uma vez que o Estado palestino, na visão deles, deve incluir todo o território que hoje também é Israel. Não há um acordo na divisão de dois Estados para dois povos.
Assista também à entrevista em vídeo com Karina Calandrin: