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Entenda a doença incurável que afeta joelho do ginasta Arthur Nory

Atleta descobriu condromalácia dois meses antes de embarcar para o Pan Lima 2019; no caso dele, desgaste está associado a saltos de alto impacto

Pan Lima 2019|Giovanna Borielo, do R7*

Arthur Nory tem desgaste na cartilagem do joelho
Arthur Nory tem desgaste na cartilagem do joelho Arthur Nory tem desgaste na cartilagem do joelho

O ginasta Arthur Nory, 25, conquistou uma medalha de prata na apresentação de segunda-feira (29), nos Jogos Pan-Americanos de Lima. Mas, por trás da felicidade do atleta, existem as dores que afetam seu joelho esquerdo. Dois meses antes de embarcar para o Peru, Nory descobriu que sofre de condromalácia no joelho, condição que amolece ou provoca rachaduras na cartilagem do joelho.

De acordo com o ortopedista Marco Damange, do Instituto de Ortopedia e Traumatoligia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, esse desgaste pode ocorrer por diversos fatores.

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"As mulheres são as que mais sofrem com a condição, pois, geralmente, elas possuem os joelhos para dentro (joelho valgo), sobrecarregando a patela. Algumas pessoas também vão fazer esportes e as musculaturas das coxas, dos glúteos e do quadril não são fortes o suficiente e, quando correm ou vão agachar, o joelho vai para dentro", afirma o médico.

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Além disso, acidentes ou quedas, obesidade e a questão genética também podem determinar o aparecimento da condição. 

Damange afirma que alguns atletas costumam ter o desgaste dessa cartilagem, como jogadores de futebol. Isso ocorre por conta das quedas e batidas dos joelhos, comuns no esporte, e por conta do movimento do chute — o mesmo ao utilizar a cadeira extensora na academia —, que sobrecarrega a patela e, assim, desgasta a cartilagem. 

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Jogadores de vôlei e de basquete também costumam apresentar o problema. O médico explica que, ao pular e aterrissar de volta no solo, a sobrecarga nos joelhos chega a ser sete vezes o peso corporal. "Imagine um jogador de vôlei de 80 Kg. Ao pular para cortar uma bola, quando ele cai, os joelhos aguentam um peso semelhante ao de 500 Kg", afirma. 

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Assim, se esse atleta pula muito, como é o caso de Nory ao realizar suas performances, a cartilagem começa a se desgastar, podendo evoluir para uma lesão e até para o desgaste completo, gerando um quadro de artrose.

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Demange explica que, para algumas pessoas, os primeiros sinais da condromalacia podem passar despercebidos, pois não é o machucado da cartilagem que dói, mas sim a inflamação do joelho e a dor mecânica provocada pelo desequilíbrio muscular.

Entre os sinais da condromalacia, primeiramente aparece a dor, piorando ao descer e subir rampas e escadas, ou em exercícios que envolvam esticar a perna e exija resistência. Depois, o joelho pode começar a inchar. Por fim, os joelhos podem crepitar, como se houvesse areia raspando. Não há cura para a doença.

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"É importante que quem tem a condromalacia comece a fazer o tratamento o quanto antes para reduzir a progressão do desgaste. Quando o problema se torna mais avançado, além da fisioterapia, é necessário restringir determinados esportes", diz.

"Esse paciente pode usar joelheiras para evitar a sobrecarga patelar e fazer uso de suplementos orais de colágeno. Alguns casos podem melhorar com a infiltração de ácido hialurônico no joelho", completa. Porém, embora os métodos melhorem os sintomas, não existe nenhuma opção que livre a pessoa das dores.

Para diminuir a chance de desenvolver a condromalacia, Damange afirma que é necessário manter o peso ideal, verificar se possui a musculatura necessária para a realização de esportes, praticar as atividades dentro das limitações e tolerâncias do joelho, não fumar e manter uma dieta equilibrada.

*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini

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