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Quanto o emocional interfere na performance dos atletas?

Especialista explica que pressão por acertar pode levar ao resultado oposto, gerando risco até de lesões; cobrança por ser exemplo também influencia

Pan Lima 2019|Giovanna Borielo, do R7*

A ginasta Jade Barbosa, que se lesionou, é conhecida por ser emocional
A ginasta Jade Barbosa, que se lesionou, é conhecida por ser emocional A ginasta Jade Barbosa, que se lesionou, é conhecida por ser emocional

O fator emocional pode "sabotar" o atleta em sua performance e até levar a lesões, de acordo com o psicólogo Ronaldo Coelho, com experiência na área esportiva. "Competições como o Pan são momentos que exigem muito do atleta. Existe a pressão de não errar e, por não poder corrigir, a tensão aumenta, desorganizando física e emocionalmente aquela pessoa", afirma.

"A atenção diminui e ela erra um movimento. Assim, a tensão emocional pode ser tão grande, a ponto de fazer com que o atleta erre um movimento, por exemplo, e acabe por sofrer lesões", completa.

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O psicólogo explica que essa cobrança excessiva no meio esportivo pode gerar insegurança ao atleta. "Esse atleta pensa que tem que ser o primeiro, tem que ganhar a medalha, tem que ganhar o ouro e toda essa pressão faz a pessoa se perguntar se é suficiente para aquilo", diz.

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A insegurança toca também no ponto da distância entre o ideal e do "eu", que pode aparecer quando o atleta se compara a ídolos anteriores ou a outros competidores. Essa comparação pode fazer com que a pessoa entenda que está longe daquele objetivo que ela gostaria de ser e isso faz com que ela tenha medo de falhar, o que, consequentemente, pode acabar acontecendo. Mas essa insegurança pode impulsionar aquele atleta quando ele reconhece suas falhas e se aprimora a partir delas, conforme explica o psicólogo.

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Outra questão que interfere no desempenho do esportista é o ego. Isso acontece quando o atleta está tão seguro de si e de que a competição está ganha que esconde a pressão que está sentindo com a arrogância. Porém, isso tende a fazê-lo cometer um deslize e não performar do modo como queria.

Segundo Coelho, a cobrança dos atletas não fica apenas nas quadras. "Eles entendem que, assim como no esporte, eles não podem errar na vida, não podem ser fracos nem podem sentir medo. Eles pensam que têm que ser exemplos e que exemplos têm que ser perfeitos", explica.

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Esse excesso de cobrança pode abalar a autoimagem e gerar problemas, fazendo com que a pessoa não suporte se sentir triste ou com medo, gerando crises ansiosas, de pânico ou de choro. O psicólogo explica que essa negação da tristeza consome as energias, podendo piorar o quadro.

Dessa maneira, diz Coelho, é importante que os atletas trabalhem sua relação com o medo, aprendam a lidar com as frustrações e cuidem das feridas emocionais para se fortalecerem e se tornarem mais resistente psicologicamente para enfrentar pressões. 

*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini

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